quinta-feira, 26 de abril de 2012

quer que eu te CONTO?


Era uma daquelas típicas histórias de conto de fadas, mas nossa princesa morava no subúrbio, tinha carinha de anjo e dançava que nem um garoto de rua. Calçava 37 e odiava usar seu sapatinho de cristal, mas sua mãe sempre á obrigava para manter as tradições de sua história. 
Ela sempre fugia para as histórias alheias e estragava tudo, foi na ultima terça-feira que ela fez com que o sapo se transformasse em um dos sete anões, e fez com que ao beijar a Bela Adormecida o príncipe sentisse um gosto de pimenta no rosto da amada, detalhe, ele tem alergia à pimenta. 
Todas as sextas-feiras por volta da meia noite o príncipe está a procura-la, mas como ela acha muito estranha o tique nervoso dele, piscar e levantar o ombro, ela prefere ficar jogando vídeo game com o Nervoso, ela gosta de chama-lo assim para que ele fique ainda mais zangado, acha engraçado o modo com que ele mexe as sobrancelhas. 
Todas as quintas o normal era ela procurar a fada madrinha para que resolvesse seu problema de transporte, mas já tinha desistido, pois toda vez a fada estava na balada. A última vez que ela pegou uma abobora e quis que se transformasse numa carruagem a fada madrinha, de ressaca, fez a abobora se transformar em um carro velho amarelo, com pineis gaúchos todo remendado, o problema era que ela tinha que ir ao baile de qualquer jeito, se não quisesse ficar sem sua bola de futebol, então foi, mas no meio do caminho o xerife a parou e viu que o carro era roubado, isso mesmo, mas a doida em vez de explicar que a fada madrinha era a culpada fugiu e entrou em cana. 
A fada foi á delegacia ainda meio tonta explicar que tinha sido um engano, que o carro era de um cara que ela ficara na balada, depois de mais alguns esclarecimentos a jovem de nossa historia foi libertada para praticar mais algumas travessuras, logo depois que a fada deu alguns beijos no xerife. 
Na manhã seguinte tinha que extravasar, essa palavra era só mais um pretexto para aprontar mais uma, a vitima agora era o coitado do leão do magico de oz, acordou todo depilado, com o olho ardendo por causa da progressiva que a moça estava terminando de fazer na sua juba.         
Menina travessa e opinativa falava que  finais felizes eram muito artificiais e que as pessoas não precisavam e nem mereciam ler aquilo por isso gostava de fazer tudo do seu modo.   





terça-feira, 24 de abril de 2012

estranho sentimento




Sabe aquele estranho sentimento de quando pessoas te encontram e diz o quanto esta com saudades, mas nesse meio tempo não fez nada para mudar o que sentiam de forma que não ficasse mais com esse sentimento, não digo isso de bolsos e nem de coração vazio, até porque meu bolço está cheio de falsas palavras embrulhadas em papéis de balas e meu coração de sentimentos imaturos. Hoje eu consigo fingir melhor que ontem que não estou me importando e vai levar questões de segundo para que eu cresça, e quando isso acontecer você vai sentir um sentimento de perda, e sua lembrança vai estar em algumas fotos perdida na estante empoeirada na casa da arvore no fundo do meu quintal. 
Quer saber, quando você age dessa forma sinto que a minha presença não faz tanto sentido e minha companhia está perdida só nas lembranças. Hoje vejo que meus conselhos estão todos separados no seu quarto em um vidro na estante junto a conservantes impróprios.

meus meninos


Sabe aquela falta de conversar com uns amigo de verdade? Não estou falando de namorado e nem amigas frescas que reparam até na sua meia, mais sim daqueles patetas que te deixam ser a unica garota do time, aqueles que te veem de pijama toda bagunçada e te bagunçam mais ainda fazendo você acreditar que esta bonita para uma bela tarde assistindo filmes e jogando vídeo game, aqueles que bagunçam seu guarda-roupa, pegam sua maquiagem para desenhar no seu caderno de poemas, aqueles que te deixam brincar com o esqueite e te levantam da queda mais engraçada de todos os tempos zoando com a sua cara, aqueles que te ensinar a arrotar o mais alto possível, que secam suas lacrimas e que te emprestam um boné e uma blusa para tirar fotos, estou falando daqueles que quando você está brava são as principais vitimas e nas  tmp's faz de tudo para só eles te irritarem. É, estou sentindo falta desses amigos, é um sentimento de vazio uma obsessão particular que todos deveriam sentir só uma vez na vida.     


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Férias de julho


Época boa que passávamos despercebidos pelas autoridades locais fugindo pelos fundos da casa empurrando a cerca quebrada da vizinha da tia Lu, depois de ter apertado as campainhas de todo o quarteirão e jogado ovo no papagaio e na galinha de estimação do seu Armando. 
E quando o Joaquim acordava falando palavras de baixo calão por ter acordado riscado de canetinhas de diversas cores, não sei como, mas ele sempre achava os culpados, eu sempre dizia que ele tinha super poderes, mas ninguém acreditava.  
Lembro-me de como éramos corajosos, enfrentávamos o cachorro do velho rabugento da casa ao lado, idaí que o cachorro era banguelo, naquela época ele parecia um monstro de tão grande, éramos tão corajosos que depois que assistíamos monstros S.A. olhávamos de baixo das camas e dentro do armário sem ficar com medo.
As festas á fantasia eram as mais divertidas, levávamos sempre sal, açúcar, papel e cola, estávamos sempre preparados para uma missão intergaláctica. Colocávamos açúcar em coisas salgadas e sal na maioria dos sucos, colávamos os papéis nas costas das moças e todos escritos com frases engraçadas e com erros de português. E quando voltávamos era sempre as histórias mais legais das turmas, pois ninguém ficava na casa da lia Lu nas férias de julho.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

um costume


Costumo escrever minhas histórias a lápis, para poder passa-las a limpo depois. Vivo errando e tentando concertar o que fiz, mas ultimamente erro despreocupadamente, com um copo de whisky na mão, para não lembrar o que fiz e nem de quem magoei. Prefiro assim.
As pessoas se preocupam muito se seus erros serão publicados em jornais, revistas ou até mostrados em rede nacional, acho que elas estão mais preocupadas com a retratação que terão que escrever. 
Sinceramente, estou mais curioso se vou me lembrar do que fiz no dia seguindo, se o whisky vai me deixar sem rumo ou se vou ter que beber o dobro para a cachaça fazer efeito. 
Ultimamente verifico os antecedentes das pessoas que pretendem entrar na minha vida, e se mesmo assim me decepciono não demostro nenhum sentimento a não ser indiferença, mas só meu travesseiro entende o que é indiferença para mim, digamos que é um pequeno rio saindo das nascentes dos meus olhos até chegar às margens do chão.
Para as pessoas prefiro ser um poço de mistério, assim evitam chegar perto de mim me magoando, e assim, quando chego a minha casa para comemorar  sugiro mais três dedos de Martini até acabar.

eternas crianças



Entramos sem sermos convidados, despercebidos e com carteirinhas falsificadas, vestidos da maior cara limpa. Distribuímos sorrisos a quem quer que seja, bebemos e comemos a vontade, ah idaí? Qualquer lugar é nossa casa mesmo.
Com o pouco dinheiro que temos, comprávamos coisas e comíamos em um banquete na sala de aulas, nas sextas-feiras pela manhã. Trocavamos atividades uns com os outros para ganharmos notas melhores e subornávamos nossos queridos professores.
Decidimos fazer coisas brilhantes com nossos caminhos e a vida deu um jeito meio brasileiro de separar todo mundo, com rumos diferentes, acho que ela pensou que assim como fazíamos no colegial, podíamos fazer com o mundo, derruba-lo. É, mas não somos tão fracos e ingênuos assim, demos mais um jeito, de novo e de novo, sendo por carta, pombos-correios, bola de cristal ou até por pensamentos, sempre estamos juntos.

E quem somos?
Somos os primeiros a chegarem e os últimos á irem embora das festas dos outros, só saímos depois que o sol aparece, mas é só para dizer:
-Iae Sol!
E logo voltamos para o que estávamos fazendo.
União era bem a nossa praia e ainda é. Bons tempos de quando não deixávamos ninguém invadir nosso território, nem mexer com um dos nossos e muito menos zuar nosso barraco á não ser nós mesmo. Sinceramente? Acho que não mudamos muito. Fazer o que somos loucos pela vida.
Essa é para vocês minhas eternas crianças do 3B.


sexta-feira, 6 de abril de 2012

namorado


Talvez você seja tudo o que eu tenho tudo o que me resta.
Seu sorriso irônico e nossas brigas malucas me faz morrer de raiva por um instante, seus carinhos, suas ligações fora de hora e seus presentes inesperados me faz ficar com um sorriso meigo, seu ciúme dos meus amigos me faz sentir a pessoa mais importante da sua vida.
Foi estranho o jeito que nos conhecemos e o mais estranho ainda é minha amiga perguntar de nós e logo em seguida dizer: 
- você está com ciúmes?
E vir um sorriso discreto no meu rosto e eu dizer: 
-Sim.  
O modo como você me trata (diferente das outras garotas) te faz se tornar único, o seu silêncio junto com um olhar distante depois de uma frase bonitinha minha me mostra que eu vivo errando e te pedindo desculpas, e você por ser tão único, tão meu acaba me desculpando.  

Um bom dia


Hoje o sol me acordou com sua luminosidade estonteante seduzindo-me atrás da janela e me convidando a acordar, olhei para meu lado direito e vi você deitado, com uma orquídea na boca, todo atrapalhado, sorrindo, era o sorriso mais bobo do mundo e o mais lindo que eu já vi, o café mal feito e a bandeja toda melada de pasta de amendoim e suco de laranja me mostraram que foi uma preparação meio apressada só para ficar mais alguns minutos me admirando dormir. Ao me oferecer a bandeja, derrubou um pouco de suco e me olhou com uma carinha de sinceras desculpas. O seu rosto me observando comer curioso como uma criança levada parecia esperar um elogio daquele café mal feito aguado e sem açúcar. Era o melhor café do mundo. 
Sua blusa social cor pêssego que eu havia dormido ainda estava com o seu perfume e suja de suco era o melhor agasalho naquele instante, a cada momento que conversávamos baixinhos na sua cama minha cabeça em seu colo sem camisa me fazia sentir as batidas aceleradas de seu coração. Não havia lugar melhor para se estar.