quarta-feira, 2 de abril de 2014

Menina do casaco estampado de sonhos e sujo de medo


Eu poderia dizer que tenho 19 anos, que sou complexada com o futuro ou que sofro de falta de sensibilidade, mas prefiro falar de chocolates, do vento, de estrelas de como o céu está bonito e de saudade. Vivo em lugar não tão distante e prefiro minhas fantasias do que o medo intenso de perder as pessoas. Em falar em pessoas você já viu o quando você está sendo importante nesse momento? Essa forma estranha de doar seu tempo lendo algo que não te pertencia a segundos atrás mas agora é inteiramente, intensamente seu.
Mas que diabos estamos falando? Eu queria confundir a sua cabeça ao me referir a você mas tenho que voltar a mim, me olhar no espelho e ver o que eu sou, com que eu pareço, o que me tornei. 
Vamos dar uma volta na minha cabeça confusa, podemos passar pelos medos, você parou para pensar que eles deveriam estar intactos? Mas o barulho da TV os desmotivou a ouvir a banda mais bonita da cidade para prestar atenção no William Bonner.
Acho que estou me confundindo pensando em tantos medos, mas o principal vou te contar, esse vai ser o nosso segredo, você vai me prometer que não contará para as paredes acinzentadas dos edifícios... Talvez você possa até contar mais o barulho das buzinas não vão deixar o som se abranger. Faça o que quiser, meu medo é apenas ser esquecida, ele veio depois da timidez, logo após de me convidarem a ir a um teatro apresentar uma peça, uma menina totalmente sem graça, sem perspectiva, sem repertório fez uma platéia rir? Bobagem, ela é ainda aquela garotinha que queria uma boneca que o pai nunca lhe deu, o carinho que  depois de 15 anos ele conseguiu despertar, hoje ela não se desprende de medos que a fazem menos mulher. Veja bem, quer faze- la chorar? Peça para dizer sobre si em uma multidão atenta e silenciosa [chorona nanana].          

Poema com chá




A tristeza faz a poesia se tornar tão bela quanto o cheiro de saudadinha com chá de hortelã, não que eu deseje tristeza aos poetas, mais do que isso,  desejo amor, que não necessariamente poderá ser sincero ao ser escrito, mas pode ser intenso, como uma tarde no parque em frente ao lago, como um olhar claro que ilumina até uma tarde chuvosa, como uma mensagem de bom dia pela manhã.
 Eu revelei meu segredo mais obscuro ao rapaz que fazia poemas tão belos quanto o seu sorriso, disse que gostava dele, parecia pouco, talvez sem sentido, insignificante, mas falei, e desejo a ele todo amor do mundo para que suas poesias se tornem ainda mais belas, intensas e com cheiro de chá.

Descobri que o tempo é a distância exata da saudade e que quando o ódio está perto é porque o amor está mais próximo ainda, dentro de mim, eu poderia ficar a tarde inteira dizendo sobre a barba, o cabelo, o sorriso, as músicas que ainda ouve os olhos que talvez funcione pouco, mas que são lindos como o conjunto de tudo que me faz sorrir, deixa pra lá, voltemos aos poetas e suas formas. Voltemos ao chá.